terça-feira, 28 de outubro de 2008

SEU FILHO FALA BEM?

Os problemas de fala podem ser caracterizados como toda e qualquer alteração que dificulte ou impeça a produção dos sons que compõem as palavras - os fonemas. Essas alterações podem variar desde uma simples troca ou omissão de sons, até mesmo a atrasos no desenvolvimento.
A aprendizagem de todos os sons da língua portuguesa pode ocorrer até os 6 anos de idade e por se tratar de uma aquisição progressiva, afirmar que uma criança apresenta alguma alteração de fala depende de verificarmos se a sua dificuldade é ou não esperada para a faixa etária em que ela se encontra. Mas é claro que precisamos ter em mente que cada criança é única e que estas idades apenas nos fornecem uma linha pela qual podemos nos guiar.
Devemos esperar, então, que a primeira palavra seja falada ao final do primeiro ano de idade; com 18 meses a criança deve ser capaz de produzir palavras como papai, mamãe e mais três palavras de sua rotina diária; com 2 anos fale frases com duas palavras e aos 3 anos faça frases completas. Aos 4 anos, a criança já deve apresentar uma fala com poucas trocas, chegando aos 5 ou 6 anos sendo capaz de produzir corretamente todos os sons da língua e dentro do contexto em que estiver inserida.
Quem já não ouviu que “falar é fácil... difícil é fazer”? No entanto, a idéia de uma maturidade perfeita, sem obstáculos é, realmente, apenas uma idéia. Na prática, as coisas acontecem sempre de maneira diferente e a realidade nos mostra isso. A experiência no trabalho desenvolvido com crianças vem mostrando que para algumas delas falar é uma tarefa bastante complicada, enquanto que para outras o equilíbrio acaba por estabelecer-se mesmo através das piores dificuldades.
Sendo assim, é preciso estarmos atentos à fala infantil. A falta de vocalização de um bebê, em um período em que deveria estar brincando com os sons produzidos ou um atraso de fala podem ser indícios de alguma alteração auditiva, por exemplo. Crianças que trocam letras podem apresentar esta alteração devido à falta de conscientização do ponto articulatório ou por incapacidade anatômica, sem falar naquelas que são incentivadas inconscientemente por ser considerada “bonitinha” a sua maneira de falar. Essas são apenas algumas armadilhas que podem gerar acidentes de percurso no caminho da comunicação de seu filho.
Cabe aos pais, em primeira instância, agirem preventivamente. Devem direcionar um olhar atento à fala da criança e tomar os cuidados específicos para cada fase do desenvolvimento infantil. Crianças com idade de 12 a 18 meses devem ser vistas por profissionais quando existir a suspeita de algum atraso nas habilidades comunicativas ou quando a criança de qualquer idade não responde a sons.
Esperar a idade de 6 anos para então se preocupar com a fala é um erro, pois, embora exista uma seqüência esperada para a aquisição dos fonemas, algumas trocas não pertencem ao grupo de erros esperados pela falta de maturidade. Uma avaliação precoce pode detectar essas alterações e evitar problemas futuros.
O fonoaudiólogo é o profissional capacitado para avaliar, diagnosticar e inserir a criança em um plano terapêutico o mais precocemente possível, aperfeiçoando seus padrões de fala e corrigindo as disfunções que se apresentarem.

Danielle F. Scardiglia
Fonoaudióloga Clínica – CRFa/RS - 7984
Fone.: (51) 96881500

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